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domingo, 3 de abril de 2011

Minha Dor, Meu Amor

Há momentos graves na noite em que me pergunto com seriedade: O que estou buscando nessa vida?! A resposta é enganosamente simples, pois todos julgam estar buscando felicidade. Mas, temo, alguma parte do tempo, estar enganado. Temo que alguns poucos, ao invés do sorriso, alimentem-se de lágrimas, por algum desconhecido motivo.

Quantas pessoas por aí assistem filmes de drama, esforçando-se por verter cada gota húmida que puderem fazer rolar por suas faces suspirantes?! Quantos optam por lembrar dos momentos de angústia, ao invés de vivenciar os sabores do êxtase?! Sim, caros amigos, alguns de nós buscam a dor, por razões que nem bem compreendemos. 

Talvez o façamos para sentir algo em nosso peito, quando estamos em falta de sorrisos sinceros e generosos. Talvez o façamos para preencher com algo nossa alma vazia. Talvez o façamos por acharmos merecer mais essa dor do que o riso. Talvez o façamos porque nos identificamos mais com a sensação de rasgarnos o peito, do que com o exercício da alegria.

Venho re-assistindo os episódios de uma série que sempre me fascinou, Anos Incríveis, onde um jovem garoto nascido no final dos anos 1950, através da narração saudosa de sua versão adulta, vive a fase mais marcante de sua vida. Há episódios que mostram as crises familiares, as crises amorosas, as crises de amizade, as sociais, e assim por diante. Claro, sempre terminam com um tom de esperança e positivismo, mas deixam um sabor acre no espírito. Deixam uma sensação leve de tristeza, pois nos dá a impressão de que precisamos de dor para crescermos, para percebermos aquilo que perdemos, ou que poderíamos estar perdendo.

Dizem, na religião, que iniciamos nossa busca pelo "divino" através do amor ou da dor. E desconfio que a dor esteja ganhando. Na verdade, desconfio que os chineses sempre tenham estado certo com sua roda do Tao, o famoso Yin-Yang, que tenho tatuado triplamente em meu braço. Há um delicado equilíbrio de forças no Universo. A alegria tenta nos fazer querer viver, enquanto a dor tenta nos ensinar a viver adequadamente. Precisamos de ambos para evoluirmos. Assim, por mais que queiramos sorrir, sempre sentiremos a necessidade do pranto. 

Meu medo é justamente falhar na dose de cada ingrediente. Sinto muito medo de errar o caminho, ou iludindo-me com a alegria, ou afogando-me na dor intensa.

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